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| Efeito de doses crescentes de extrato de taninos condensados de esteva (Cistus ladanifer L.) na fermentação e na bioidrogenação ruminal in vitro |

 

O estudo pretende avaliar o efeito de doses crescentes de extrato de taninos condensados obtido de esteva na produção de ácidos gordos in vitro, com o objetivo de definir a dose de taninos que permite otimizar a produção de ácidos gordos benéficos. Este estudo pretende determinar a quantidade de taninos condensados que possibilite induzir alterações mais favoráveis no processo de bioidrogenação ruminal, conduzindo à melhoria do perfil de ácidos gordos nos produtos dos ruminantes.

OS RESULTADOS OBTIDOS

Os resultados evidenciam que, para as doses testadas, não se verificou o aumento dos ácidos gordos considerados benéficos, mas o extrato de taninos condensados de esteva afetou o metabolismo ruminal in vitro, tendo sido o crescimento microbiano mais afetado pelo extrato do que a fermentação e a bioidrogenação

ONDE SE APLICA

Os resultados agora publicados contribuem para evidenciar o potencial de valorização da esteva como uma importante fonte de taninos condensados que podem ser extraídos e utilizados para melhorar a composição de ácidos gordos dos produtos dos ruminantes (tais como carne, leite e queijo), com possíveis benefícios para a saúde humana e animal, bem-estar animal e qualidade dos seus produtos. No entanto, a sua utilização como aditivo alimentar para ruminantes ainda precisa de ser otimizada.

AUTORES

Olinda Guerreiroa,b,c, Susana P. Alvesc,d, Mónica Costac, Maria F. Duartea ,b, Eliana Jerónimoa,b*, Rui J. Bessac,d

a Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo (CEBAL)/ Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), 7801-908 Beja, Portugal

b MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, CEBAL, 7801-908 Beja, Portugal

c Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal (CIISA), Avenida da Universidade Técnica, 1300-477 Lisboa, Portugal

d Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Lisboa, Avenida da Universidade Técnica, 1300-477 Lisboa, Portugal

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 Consulte o artigo completo aquí

 


 

 

Taninos condensados

Os taninos condensados são compostos secundários das plantas, fazendo assim parte do sistema de defesa química da planta contra os stresses bióticos e abióticos. Estes compostos são conhecidos pelas suas propriedades antinutricionais, mas também pelas várias atividades biológicas que apresentam com benefícios para a saúde animal e humana, bem como para a qualidade dos produtos alimentares. No caso deste estudo pretende explorar-se a aplicação de extratos de taninos condensados, obtidos a partir de esteva, na dieta de pequenos ruminantes, como uma forma de induzir alterações no processo de biohidrogenação ruminal, e assim alterar a composição de ácidos gordos e aumentar a produção de ácidos gordos benéficos de produtos alimentares como a carne ou o leite.

Biodrogenação ruminal

É um processo natural que ocorre no rúmen dos animais ruminantes e consiste em converter ácidos gordos polinsaturados em ácidos gordos saturados. O papel da bioidrogenação ruminal não está totalmente claro, porém a teoria mais aceite é que este processo é uma estratégia de desintoxicação para prevenir os efeitos tóxicos dos ácidos gordos insaturados nos microrganismos que residem no rúmen.

Estudo in vitro

Descreve testes ou experiências que os investigadores realizam fora de um organismo vivo. Este tipo de estudo ocorre em laboratório, em ambiente controlado e, geralmente envolve o estudo de microrganismos ou células humanas ou animais em cultura

Ácidos grodos, ácidos gordos saturados e polinsaturados

Pertencem ao grupo das gorduras e possuem um chamado grupo carboxilo (constituído por um átomo de carbono, um átomo de oxigénio e um grupo oxigénio-hidrogénio) e uma cadeia de átomos de carbono adornada de átomos de hidrogénio. Se os ácidos gordos têm ligações duplas entre os átomos de carbono da cadeia designam-se de “insaturados”. Se um ácido gordo tem duas ou mais ligações duplas, é designado de “poli-insaturado”, como é o caso do ómega-3.. Aos ácidos gordos sem ligações duplas dá-se o nome de “saturados”. Os ácidos gordos poli-insaturados são considerados mais saudáveis do que os saturados.


 

 

Este trabalho foi desenvolvido com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no âmbito da bolsa de Doutoramento da Olinda Guerreiro e enquadrado nas atividades do projeto “CistusRumen - Utilização sustentável da Esteva (Cistus ladanifer L.) em pequenos ruminantes – Aumento da competitividade e redução do impacto ambiental” (ALT20-03-0145-FEDER-000023), cofinanciado pelo Programa Operacional Regional do Alentejo (ALENTEJO 2020) através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

 

 

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